Não é sobre inteligência!

Desde o ano passado ajudo pessoas a serem aprovadas em seleções de mestrado e a escreverem e publicarem seus artigos. Nesse período eu não só ensinei, mas também aprendi muito

 

Pude constatar na prática que uma das maiores qualidades de quem aprova não é a inteligência, mas a resiliência

 

Eu vi de perto pessoas com muito potencial desistindo no meio do caminho e outras que mesmo sem qualquer experiência foram aprovadas, porque se entregaram de verdade e não desistiram

 

Alguns dias atrás, ao conversar com uma mentorada que almeja ingressar no mestrado, descobri que ela passou por 17 concursos públicos até ser finalmente aprovada no cargo dos sonhos

 

Quantos de nós aguentaríamos essa quantidade de reprovações?

 

Quantos de nós abriríamos mão do nosso sonho com a desculpa de “ah, isso não é pra mim” ?

 

Pois é, o fato é que são poucas as pessoas que realmente estão dispostas a pagar esse preço

 

O “monstro” da reprovação para muitos significa o atestado de fracassado enquanto para outros, que aprendem a jogar esse jogo, nada mais é do que experiência para uma futura aprovação

 

É muito doido pensar nisso, mas quando você abre mão do seu sonho por medo é um pedaço do seu futuro que simplesmente deixa de existir

 

Não sei quanto tempo você me conhece e o quanto você sabe sobre a minha história, mas eu nem sempre fui uma pessoa com grandes sonhos e resiliente, não mesmo!

 

Eu sempre fui um aluno mediano, da turma do fundão no ensino médio

 

Levei algumas advertências por indisciplina e uma vez quase fui suspenso por uma suposta participação no repasse de umas bombinhas track que foram estouradas no horário da aula.

 

Mas na época, mesmo sem saber nada sobre direito (sim, sou formado nessa área) consegui reverter a situação pela ausência de provas e a contradição no depoimento de uma “testemunha”

 

Mas o ponto chave que eu quero chegar é que nesse período da minha vida eu acreditava que por mais que me esforçasse, nunca conseguiria chegar perto dos “nerds” da minha turma

 

Era uma narrativa conveniente para mim “ah, por que vou estudar isso? não vou aprender mesmo”, “fulano já nasceu inteligente e nem precisa se esforçar para aprender”

 

Eu era o cara zero resiliência! Se eu não gostasse de um determinado assunto eu não me esforçava para aprender

 

Demorou um bom tempo e levei muitos “tropicões” para mudar a minha forma de pensar e agir

 

E eu estou te contando essa história para te mostrar que você não está sozinho

 

Estudar, infelizmente, não é tão prazeroso quanto ver uma série na Netflix ou fazer uma viagem

 

Estudar envolve uma série de abdicações de prazeres imediatos

 

Estudar envolve sair da nossa zona de conforto e navegar em um mar muitas vezes desconhecido e com tempestades no meio do caminho

 

Mas sabe qual o “segredo” ? não parar e não duvidar da sua capacidade, porque eu não tenho a menor dúvida que se você perseverar a sua hora também vai chegar

 

Aprovou? Parabéns demais!. Reprovou? Parabéns também!. Saiba que o reprovado de hoje é o aprovado de amanhã mesmo que isso demore alguns meses ou anos

 

A grande pergunta é: você está disposto a pagar o preço do seu sonho ou vai deixar que uma parte do seu futuro simplesmente deixe de existir?

 

No fim do dia nunca foi sobre inteligência e você sabe disso

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Tayná
Tayná
3 years ago

Excelente Artigo

Paula
Paula
3 years ago

No fim do dia é sobre fazer acontecer!!

Ida Geovanna
Ida Geovanna
3 years ago

Excelente reflexão, Gustavo! Muito edificadora!

Não é justo desmerecermos a RE-PROVAÇÃO, já que com ela, conseguimos aprender tanto quanto com uma A-PROVAÇÃO.

Por isso, acho que todos temos uma missão, nesse aspecto: não deixar que a aprovação vire apenas um “tapa no ego”, mas que ela chegue por meio de todas as experiências possíveis que nos edificam e ensinam a crescer e isso, naturalmente, passa pela reprovação.

Afinal, no final das contas, tanto a A-PROVAÇÃO quanto a RE-PROVAÇÃO, andam juntas e fazem parte do processo de aprendizagem e o que devemos fazer é ir na contramão dessa antiga (porém, ainda atual) cultura, que nos faz separar uma da outra.

Ou seja, faz mesmo sentido ter medo da REPROVAÇÃO ou será que só não queremos RE-FAZER, RE-PENSAR o que podemos melhorar?

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